EU NÃO ESTOU MORTO
Não sei por onde começar
Nem sei por onde terminar
Ainda que muitos digam:
Comece pelo começo e termine pelo termino
Não sei ainda por onde começar, nem por onde terminar
Talvez a morte pode ser o princípio ou fim
Mas eu! Ainda não estou morto
A impudência que assola-me da vaidade estilha-me a alma
Alma desancorada pelas balas e espingardas da vida
Quando flechas e arco-flechas desdenharam-me a vida
Esfarrapando-me vestes camufladas de cinzas armadas
São vestes que tornaram-me homem de guerra no combate desarmado
No palco da morte assassinada pela vida dos que pouco esperancionavam a alma
Na hari kona!
Na loko nhimpe hi tikisa ku fafazela vu pfumeli
Ku langutela ku hela, ni kolola
Malho ma svonha swanga ha dzambo ra vu xika
Mbilu yi hela ku lavisela
Ri rihlampfu ri pfelisa ntshavu
Ndzi nga vone mahluene
Nhimpi yi tikisa kambe, ani fanga!
Ni twa torha la rito ro rhulisa mbilu na mahlo
Ku pfuxa mapfalo. Ku kangasela djondzo
Djondzo minengue yo yisa vutonwine.
Corpos vasos de almas estirados no manto desta terra
Varões dispersos no manto desta terra
Envenenaram a intrínseca beleza da dor da bondade
Esmagando o atormento da dor do amor na beldade
Quando espadas desumanas suturavam almas enfraquecidas na morte
Na agilidade da esperança que suscitava a morte dos fortes
Porque nem fracos morreram
Nem fortes sofreram
Mas todos venceram
Eu! Não estou morto
Apenas vivi na serenidade indescritível dos sentimentos e desarmes do corpo
Um corpo contorcido na dor dos momentos pelejados na crueldade dos tempos
Na consciência iludida pelo estímulo da morte
Quando não mais havia esperança de vida naquela noite
Estilhaçava-se medida do tempo detido na missão da vida
Sem ter que escondê-la no escape da alma doída
Só porque tudo tinha que se perder
A conquista do passado para alcançar o futuro
Leswi ke, ni tweke vutomi byi thlelela mirhine
Ndlheve yanga, yina ku xuva marito ya vutomi
Ni hava minengue, yo tsutsuma kuya malhuene
Andzi tava kwihi loko aninga ri musontwa Yesu.
Vá nhingue vá yetlele vu rhongo
Vá lalhe ku languntela na xi tsembiso
Pfuka u lwa Samson vá filista va filista vá fikile
Lwa taka ale npfukene, bibele ri fakaza riku
Vonani, ni hantlhisa ndzita ni tamele hakelo
Kuta nyika nwana ni nwana mayelano
Niku tirha kwake.
Que seria de mim se não fosse soldado?
Milícias de guerra caçando homens desprovidos na guerrilha
Engasgaram-se de fardos empinoco no outrem
Desabitando os que nada sabem
Comensurando os que nada sentem
Balbuciando os que nada temem
Quando os meus gritos mensuravam a negligencia
Quando minhas lágrimas encravavam-se na graça e na misericórdia
Quando Deus predestinava o fim da morte e o inicio da vida
Enquanto uns diziam:
Para morrer basta viver…
Para viver basta morrer…
Ou
Morrer é viver…
Viver é morrer…
Faria sentido viver a alma sem corpo?
Faria sentido viver o corpo sem alma?
Sim, faria sentido.
Porque eu
Não – estou – morto
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